Ode
ao Malandro II
Márcio
Barker
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salveamalandragem |
Chapéu estilo ''panamá'',
geralmente
de lado.
Terno
branco, de linho.
Impecável.
Gravata,
quem sabe vermelha.
Cravo
na lapela.
Ou
então camisa listrada.
Lenço
no bolso do paletó,
ou
no pescoço.
Sapatos
bilcolores
Perfumado.
Rosto
tranquilo,
fala
macia.
Mãos
finamente tratadas.
Mãos
que seduzem, que encantam...
que
acariciam...
Simpático,
bom
de papo,
bem
penteado.
Olhar
sedutor, cativante,
impossível
de ser resistido.
Daí
o seu sucesso com desavisadas donzelas.
Usa
até desodorante.
Andar
tranquilo e gingado.
Era
o malandro à antiga.
De
pequenos golpes,
indolores...imperceptíveis.
Mãos
de veludos sequestrando,
desavisadas
carteiras,
em
desavisados bolsos.
Nada
mais desejava senão viver.
Sem
fazer mal a ninguém,(na medida do possível)
e
viver em paz.
O
maxixe e o samba eram sua orações.
O
violão, o grande companheiro.
Era
o malandro ágil, bom de pernas,
pra
ganhar a corrida da polícia.
Era
ele, o grande herói no imaginário.
Chapéu
de lado.
Tamanco
arrastando,
navalha
no bolso,
passando
gingando,
provoca
e desafia,
e,
sem dúvida,
sentindo
orgulho em ser tão vadio,
como
bem o descreveu,
o
compositor malandro Wilson Batista,
em
''Lenço no Pescoço''
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